Cromoterapia: uma técnica milenar.


A Cromoterapia é uma técnica milenar, isso é óbvio, pois na origem de tudo, quando se fez a Luz, esta tornou possível a percepção das cores e dos formatos dos objetos. A energia da luz do sol era utilizada pelos egípcios, hindus, chineses e gregos, vários séculos antes de nossa Era. Dito isso, seguimos afirmando que a Cromoterapia já era empiricamente adotada pelos povos antigos, que a praticavam intuitivamente para a cura.

A História conta que o uso terapêutico das cores já era corrente entre os egípcios por volta do ano 3.000 a.C., inclusive com a designação de um deus – Thot – como o mestre das cores. Os egípcios possuíam templos de cura baseados na projeção da luz solar, gerando um espectro da radiação das cores sobre os corpos das pessoas que buscavam essa terapia nesses espaços, onde tinham suas necessidades individuais diagnosticadas e, de acordo com isso, eram orientadas acerca do uso das cores nos banhos de sol. Já naquela época, observavam que a luz solar se modificava em cada estação do ano, sendo necessário adaptar os espaços e a localização das terapias de acordo com a projeção dos raios de sol através das aberturas estratégicas feitas nos templos.

Os indianos (5.000 a.C.), por meio da Medicina Ayurvédica, utilizavam cores, óleos, aromas e cristais, que eram colocados de forma a vibrarem em uma frequência terapêutica especial, atuando através da refração de luz colorida sobre os corpos físicos. Os hindus cultivavam Surya, o deus-Sol, e, segundo eles, o ar continha o Prana (energia vital, plena de cores). Por isso existem tantas técnicas de respiração advindas da sabedoria dos Vedas; inspirar luz e cor para obter saúde plena – referiam-se ao Prana.

Na China (5.000 a.C.), com a Medicina Tradicional Chinesa, acreditava-se que cada pessoa possuía um sistema próprio de cores (ou cor), através do qual muitos momentos de sua vida eram definidos. Com esta crença/postura, acreditavam que, desde o momento em que a pessoa nasce e entra em contato com a luz, já está estabelecendo um sistema individual de cores. Por isso, a famosa frase sobre o nascimento: dar a luz, que simbolicamente significa vir a luz. Segundo eles, desde esse instante mágico, era criado para cada pessoa um sistema único e diferenciado de inspiração, expiração e interação com as luzes e cores. Cada pessoa desenvolveria esse sistema de cores próprio, ao longo da vida, de acordo com sua saúde, seu temperamento e sua forma de ser.

Hoje acredita-se que, ao desenvolverem essa teoria sobre as cores, eles estavam na verdade se referindo às colorações observadas na Aura de cada pessoa, e que estão relacionadas aos aspectos pessoais de saúde, temperamento e outras formas de externar sentimentos e emoções, sendo únicas para cada ser.

Mesmo que cobertos de misticismo, os gregos, por volta do ano 500 a.C., por meio da Helioterapia, foram os primeiros a se abrir para o mundo formal da Cromoterapia, utilizando os raios solares de forma terapêutica. Além disso, veneravam o deus Hélio (Sol), considerado “o olho do mundo”, ou seja, aquele que tudo vê. Naquele tempo, Pitágoras (582 a.C.- 497 a.C) já encantava seus discípulos ao falar e ensinar sobre a magia que se manifesta através das cores e dos sons. Mais tarde, foram desenvolvidas teorias de que as notas musicais possuem a vibração correspondente aos comprimentos de ondas das cores do espectro solar: lá = violeta; si = índigo; dó = azul; ré = verde; mi = amarelo; fá = laranja; sol = vermelho. Voltaremos a falar sobre isso no Capítulo 12 (Musicoterapia e cores).

Fica assim fundamentada, resumidamente, a história da Cromoterapia na antiguidade, até o advento do Cristianismo. Após a Era de Cristo – e já estamos no terceiro milênio desde sua vinda à Terra –, a Cromoterapia vem numa crescente e constante evolução, cada vez mais sedimentando-se como um procedimento terapêutico, cientificamente comprovado e aceito pela comunidade acadêmica, amplamente adotado no mundo todo, em todas as áreas da vida e do conhecimento humano.


*trecho retirado do livro Cromofluidoterapia, de Lígia Posser.

Comentários