Vamos além dos 5 sentidos?
Tudo que existe no mundo é percebido e captado pelos cinco sentidos, aquilo que concretamente podemos ver, cheirar, tocar, ouvir e sentir é o que temos restringido ao uso da nossa mente racional, voltada para esta realidade material. Por outro lado, temos ignorado os demais sentidos e percepções que atuam e existem em nosso organismo, mas que foram desativados pelo desuso. Está na hora de, ao dar-nos conta desta verdade, abrir-nos para este novo mundo de conexões.
Para esta abertura, convido a todos para um novo olhar
para este momento, quando muitos conceitos e pilares normativos em que a
ciência se baseia estão sendo colocados em xeque, e novos paradigmas começam a
surgir, abrindo horizontes de uma sabedoria e beleza indescritíveis. Muito de
tudo isso vem se impondo e possibilitando um novo foco sobre o ser, através dos
conceitos quânticos.
Hoje já se sabe que a matéria não é tão sólida como se
acreditava no século 18. Einstein trouxe a chave que considero de abertura para
esta nova forma de ativar nossa consciência para as inúmeras conexões e
possibilidades que se descortinam. Ele afirmou que a matéria tem uma natureza
mutante e pode ser criada pela consciência, e é esta consciência, e não a
matéria, a base de tudo que conhecemos, ou que até agora nos limitamos a
conhecer. As coisas não são coisas, como imaginamos, são meras possibilidades,
até que a consciência se detenha sobre elas e faça sua opção ou
conscientização. Isso se estende para o momento em que nos deparamos e
conectamos com uma planta, nós vemos e podemos tocar na roseira que está à
nossa frente, mas no momento em que me abro para a possibilidade de sentir sua
vibração, o que era apenas uma mera possibilidade, se eu me entregar com
consciência e coração, passa a ser uma percepção extrassensorial real e
tangível, e a partir deste gesto novas conexões e possibilidades de contato se
estabelecem. Pergunto agora: quantas vezes vocês, nos últimos tempos, têm
tirado um tempo para ir além dos sentidos físicos, na busca de transpassar
estas dimensões e adentrar em outras esferas de possibilidades, como audiência,
clarividência e outras conexões? Por ora, ainda não ouso colocar nestas linhas,
estou indo aos poucos, na iniciação do desenvolvimento de tudo aquilo que ainda
hoje é considerado DNA lixo. Confesso que estou transformando em mim este dito
lixo em muitas lindas e novas formas de consciências e maravilhosas conexões.
Nós somos essa consciência, mas o condicionamento nos mantém adormecidos e
incrédulos para o nosso próprio poder de criar outras possíveis realidades.
Para quem quiser ir além, sugiro o estudo de alguns conceitos
da física quântica, principalmente o quantum, que pode se manifestar
como partícula ou onda. Ambas formam um conjunto quântico, e será pela maneira
que eu observar interagindo com este conjunto, onda e partícula, que se
vão determinar quais aspectos serão descobertos e quais permanecerão ocultos.
Na verdade, nem todos os físicos quânticos, ainda, aceitam a ideia de que as
partículas, ou as coisas, não existem até que sejam observadas. Chamo atenção,
aqui, para a importância de se compreender a totalidade das coisas, pois
separar a consciência da matéria seria negar a invisibilidade do todo. Nada
está separado, tudo faz parte do todo, quer percebamos ou não. O que me encanta
é que esta nova física vem criando outra ciência possível, que, em vez de se confrontar
com a busca espiritual, do invisível, pode agora andar junto e, de forma clara,
complementá-la.
A partir do momento em que este novo mundo de conexões
começou a se apresentar em minha vida, concluí que a educação ocidentalizada
que recebi, de fragmentar tudo quando me conecto à realidade, me limita, me
cega para a percepção de que tudo que existe faz parte de um contínuo, e que se
eu não ficar alerta, deixo-me envolver novamente pela fragmentação dos fatos e
coisas. Na verdade, a postura correta é de integrar tudo e todos. Ao me
integrar à consciência da realidade do Todo, eu me abro para um mundo
novo, fantástico, real, mas que nem sempre está visível e perceptível pelos
nossos cinco sentidos atuais. Portanto, vamos nos libertar desta cadeia limitadora,
rompendo elos, permitindo ver e sentir de forma integrada tudo que vibra e
realmente existe no Todo do Universo. Com essa percepção, está nascendo uma
nova forma de fazer ciência.
Antes de adentrar no contato com o Mundo dos Vegetais,
devemos detectar e superar as barreiras invisíveis que nos impedem de
participar deste novo mundo de conexões e diálogo com as plantas – quais são os
verdadeiros obstáculos nesta nossa nova trajetória, como identificar, em nossos
atos, os verdadeiros opositores –, assim poderemos iniciar por eliminar de
nossas vidas algumas posturas arraigadas e crenças do passado. Uma das
principais questões seria como sair do ciclo de autossabotagem, descrenças e
repetição de erros, que nos cegam e podam para a abertura conectiva com as
plantas. Temos que abandonar os velhos mecanismos psicoemocionais e físicos de
defesa, que de forma sutil e poderosa bloqueiam e cortam o fluir entre nós e as
plantas, deixando-nos num interminável ciclo de repetição de erros e problemas
de conexão efetiva e correta.
A partir da entrega com confiança, sem
questionar, tudo começa a fluir como se fosse de forma natural e automática,
desde que deixemos de querer comandar e estar à frente do processo de
comunicação. Passamos a vida toda no controle de tudo e de todos. No caso da
comunicação com as plantas, o processo é de entrega e não de controle, de
deixar fluir, indo na direção do fluxo que irá dominar sobre nossa vontade. É
algo no início um pouco estranho, mas, depois de já estarmos familiarizados com
o processo, é muito mágico e uma alegria imensa toma conta de todo o nosso ser,
vibrando em sintonia com os acordes do coração.
*trecho retirado do livro Conversando com as plantas, de Lígia Posser.
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