Alecrim e confecção de um chá
Aqueci água e coloquei numa garrafa térmica. Sai para a horta e colhi alguns ramos de alecrim para fazer um chá. Estava por colocar os raminhos dentro da térmica, quando ouvi um grito, “Nãããooo! Parei assustada e olhando através da janela a minha frente, vi um vigoroso pé de Alecrim, senti uma espécie de surpresa num misto de vergonha. Resolvi entrar em sintonia com o arbusto, como já havia tantas vezes ouvido falar sobre entrar em conexão com as plantas, sintonizar seus sentimentos e quem sabe até receber mensagens, orientações. Cresci ouvindo de meu avô materno que era descendente de índio falar sobre o olhar com atenção e ouvir com o coração tudo ao seu redor.
Dei me conta o quanto estava desatenta, colhendo os ramos de alecrim, aquecendo a água e indo colocar dentro da térmica para fazer um chá. Em nenhum momento conectei me com a planta como já havia visto meu avô fazer, conversar explicando por que a iria colher, pedir permissão, e só então, com um profundo sentimento de respeito e gratidão a colher.
Olhei para o pé de alecrim e mentalmente perguntei: é você que está gritando, ou eu estou ficando louca? Senti que não estava sozinha, aquela sensação de ser observada, olhei para a porta da cozinha, e logo a seguir no entorno, estava sozinha. Arrisquei mais uma pergunta, na verdade muitas brotaram em minha mente: Você viu o que eu ia fazer? Como sentiu se não era um ramo de teu pé, este eu colhi na horta? E mesmo que tenhas percebido o que eu ia fazer, como uma planta evitaria de ser usada como chá ou outro alimento qualquer? Ai meu Deus; além de falar com as plantas agora vou ficar louca perguntando se posso ou não comer, e se entender que não, como vou viver?
Devo dizer que a estas alturas já havia desistido do chá, sai para a rua e sentei me junto ao pé de alecrim. Respirei fundo estendi as mãos e acariciei seus galhos e folhas, imediatamente o ar inundou se de um leve perfume cítrico, senti uma alegria envolvendo todo o ambiente, pensei, como já havia aprendido, Alecrim é a planta da alegria, do contentamento, da leveza.
Fechei os olhos, e me senti transportada para junto dos ramos do alecrim, sensação de paz e entrega tomaram conta de meus sentidos, deixei me levar por um mundo de sons, imagens e conexões.
Uma série de informações e conversas começaram a serem transmitidas, não ouvia com estes ouvidos, não via com estes olhos, mas via, ouvia e sentia tudo muito real, dentro de mim.
Me foi explicado, que para nos comunicarmos com as plantas, devemos ir além dos 5 sentidos mais usuais neste momento pelos humanos, temos muito mais sentidos, que estão atrofiados, e na medida que os conectarmos e desenvolvermos, novas sinapses e conexões neuronais se formarão, e estaremos retornando a sermos seres integrais, com uso mais ampliado de nossas possibilidades neuromentais.
Olhei ao meu redor, e vi margaridas, jasmins, pés de milho balançando, roseiras sorridentes, a grama se estendendo como um tapete, todos me convidando para atravessar e adentrar neste mundo de interconexões entre eu e as plantas.
Gostei do convite, aceitei de imediato, logo fui perguntando, como e quando iríamos começar nosso aprendizado.
Um mundo de seres elementais da natureza foram se aproximando, olhavam me com alegria disfarçados em um risinho irônico, como se estivessem se divertindo com a minha vontade de acreditar e a incredulidade que teimava em tomar conta de meus pensamentos e mente indagadora, sim, claro pois dúvidas de minha mente racional já emergiam.
Quando novamente, aquela voz dentro de mim informou:
Entrega te com simplicidade em aceitar tudo com alegria e leveza, como se fosse um jogo, uma proposta de brincadeira, deixar fluir. E com o tempo, através desta entrega quase que infantil, você irá aprendendo ou retomando, as formas de comunicação que já existiram no passado, que com a socialização, foram ficando embotadas e desconectadas, onde as comunicações só se estabeleceriam se pudessem ser vistas, ouvidas, sentidas, tocadas e percebidas pelos 5 sentidos que a humanidade nos últimos milênios vem se restringindo, e sente até vergonha ou medo escondendo qualquer percepção dita “extra-sensorial” fora dos 5 sentidos.
Que tempo maravilhoso perdido por muitas e muitas gerações de humanos, deixando de ver o que está visível de ouvir o que está sendo comunicado, de perceber e adentrar esferas fluidas de muita luz e equilíbrio. Tudo isso é por que tens por detrás, uma mente dita racional, que antes de aceitar sentir, quer ver, comprovar e ter maiores informações e detalhes em nome da tal comprovação cientifica.
Esta é benéfica na medida que venha acrescentar conhecimento, mas a maioria dos métodos inicia sua busca pela negação: não acredito, não vi, não estou sabendo, não me comprometo, enfim, negando o que não pode ver; coitados, como alguém já disse um dia, o pior cego é aquele que não quer ver. Você só verá o invisível, ouvirá revelações se assim decidir e entregar se. Vamos nessa?
Eu fui, eu aceitei eu me entreguei, e agora estou compartilhando com todos leitores, todas as infinitas possibilidades de adentrarmos no mundo dos vegetais e estabelecermos comunicações e trocas muito inteligentes e prazerosas para ambos.
Vamos nessa você também?
* Livro Conversando com as Plantas - Florafluidoterapia. Agora em e-book.
Comentários
Postar um comentário